José Lopes da Silva, popularmente conhecido como Jeci, nasceu no dia dez de outubro de um mil novecentos e quarenta e sete (10/10/1947), em Brejão da Caatinga no Município de Campo Formoso-Bahia, filho de Josefa Maria de Jesus e Manoel Lopes da Silva.
Chegou ao povoado de Mulungu município de Campo Formoso-Bahia, onde casou com Antônia Miranda da Silva, e deste amor nasceram seus sete filhos, Francisco Miranda da Silva, Dímero Miranda da Silva, Cleonice Miranda da Silva, Edna Miranda da Silva, José Miranda da Silva Luciane Miranda da Silva e Luzinete Miranda da Silva.
Na comunidade desenvolveu muitas atividades sociais, a exemplo dos mutirões para limpeza das roças e construções das chamadas casas de taipa.
Aprendeu a arte de rezar sozinho, de acordo com ele este dom foi dado por Deus, por intermédio dos sonhos, ao dormir, as palavras que seriam ditas no momento da reza, ao acordar já estavam em sua mente. Acredita que o criador de todas as coisas lhe ensinou todas as orações que cura qualquer enfermidade por intermédio da fé.
Trás em seus relatos histórias surpreendentes como um incêndio que ocorreu no Povoado de Gameleira do Dida. Uma pessoa da comunidade foi busca-lo em Lages dos Negros para apagar o fogo. Ao chegar em Gameleira encontrou seu Âgado, que pediu se ele soubesse como apagar o fogo que realizasse o procedimento. Seu Jeci pegou um pouco de areia, e jogou na direção do fogo, em suas orações pediu a Deus que enviasse o vento, imediatamente o vento veio e apagou o fogo.
Outro fato relatado por ele ocorreu em um local chamado Cambão, onde ocorreu um incêndio, o mesmo foi chamado. Chegando lá quebrou duas palhas secas e entrou no meio das lavaredas, levantou a palha, o fogo passava por ele. Fez este procedimento até chegar ao final do local onde o fogo estava. Ao olhar para trás observou que o fogo tinha apagado.
Morou em outros povoados como carnaíba, onde não se sentiu bem. Mudou para sangradouro II em busca de paz para sua família, porém arrumou briga com um vizinho, então veio mora no povoado de mulungu onde encontrou paz para sua família, onde reside há mais de 25 anos.
De todos os seus sonhos o que mais almejava conquistar era construir uma família, onde se tornou uma realidade. Atualmente possui o sonho de terminar o muro da sua casa, o qual encontra-se quase concluído.
Relata que sua maior dificuldade foi trabalhar no garimpo, carregando sacos com 25 kg de pedras. Desafios estes que prosseguiu para a busca de alimentos para os filhos em um lugar chamado Mundão, onde caçava animais e trazia nas costas, juntamente com galão de água, espingarda. Os procedimentos utilizados neste momento, se desenvolve por meio do uso de três galhos verdes, onde com o uso destes reza para dor de cabeça, espinhela caída, osso desmentido, apagar fogo, dor de cabeça, hemorragia, olhado. Para cada enfermidade tem uma oração especifica.
Além de rezar seu Jeci possui riquíssimos conhecimentos de receitas de remedeio caseiro, especificas para a cura de algumas enfermidades a exemplo de pressão alta, gripe, pneumonia.
Para cada enfermidade usa plantas especificas. Para pressão alta ele usa três dentes de alho, nove caroços de umburanas de cheiro, pisa, coloca e água. Para pneumonia ele usa meio litro de rapa de juá verdadeiro, onde é acrescentado cinco litros de água, tira a espuma e bebe a água. Outra receita também para pneumonia segundo ele é tomar o sumo da melancia da praia.
No preparo do xarope para gripes, seu Jeci orienta a fazer o uso de pau santo, juá verdadeiro, melancia da praia, casca de umburana de cambão, capim nagô, hortelã, alho. Cozinha todas as plantas medicinas juntas, com o açúcar queimado, coloca a quantidade de água que quiser.
Atualmente encontra-se aposentado das atividades de agricultor, vivendo em paz. Mas desenvolve ainda a arte de rezar, em qualquer enfermidade.