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Luiz José dos Santos, conhecido como Luisinho, foi um homem negro escravizado que viveu no século XIX. Natural do quilombo de Bananeiras, localizado na atual região do município de Antônio Gonçalves (BA), partiu em busca de um território onde pudesse construir uma vida em liberdade. Durante sua trajetória, passou pelo povoado de São Tomé, em Campo Formoso, onde constituiu família, e pela Fazenda Espírito Santo, onde exerceu a função de capataz para o senhor Fagundes de Barros. Com o tempo, adquiriu parte dessas terras, dando início ao que se tornaria a comunidade quilombola de Lage dos Negros.
Ao lado de sua esposa, Maria Lage, desempenhou papel fundamental na formação e consolidação da comunidade. Foi Luisinho quem, ao observar a paisagem marcada por um grande lajedo de pedra às margens de um riacho e pela presença majoritária de famílias negras, batizou o lugar de “Lage dos Negros”. Maria, por sua vez, foi reconhecida pela liderança e organização social, fortalecendo as práticas culturais e religiosas herdadas dos ancestrais africanos e transmitidas às novas gerações.
O casal deixou como legado não apenas a fundação de um território quilombola, mas também a semente da resistência e da identidade afrodescendente que caracterizam a comunidade até os dias atuais. Sua história é lembrada como símbolo de luta, pertencimento e ancestralidade, inspirando sucessivas gerações na defesa da terra, na valorização das tradições e na afirmação da cultura quilombola no sertão da Bahia.