Matilde Izabel dos Santos, conhecida carinhosamente como Mãe Tida, nasceu em 8 de agosto de 1946, na comunidade de Lage dos Negros, município de Campo Formoso, Bahia. Filha de Vitorino e Isabel, cresceu em meio às tradições rurais e ao ritmo da vida sertaneja, aprendendo desde cedo a importância do trabalho, da dedicação e do cuidado com os outros. Foi casada com Tomaz Amaro dos Santos, um dos primeiros moradores de Casa Nova dos Amaros, com quem construiu uma história marcada pela convivência, pelo respeito e pela responsabilidade familiar. Embora não tenham tido filhos juntos, Mãe Tida assumiu com amor a criação dos filhos do primeiro casamento de Tomaz Amaro e os filhos do seu próprio primeiro casamento, tornando-se referência de afeto, disciplina e orientação para todos. Sua vida sempre esteve ligada ao trabalho e ao cuidado com o próximo. Mulher de força, generosidade e espírito comunitário, aprendeu a lidar com as dificuldades da vida rural com coragem e determinação. A casa e a roça eram seu universo, e nela se entrelaçavam os afazeres cotidianos, as celebrações e os laços de solidariedade que fortaleciam a convivência entre famílias e vizinhos. Mãe Tida construiu sua história com humildade e firmeza, sempre guiada pelo desejo de servir e ajudar, característica que a tornaria conhecida e respeitada em toda a região.
Além de ser trabalhadora rural e dona de casa dedicada, Matilde Izabel dos Santos tornou-se a parteira de referência de Casa Nova dos Amaros e das comunidades vizinhas, exercendo a função com amor, paciência e habilidade por cerca de 30 anos. Durante todo esse tempo, foi responsável por trazer ao mundo inúmeras crianças, tornando-se um pilar de cuidado e confiança para as famílias locais. Sua presença era sempre sinônimo de segurança, e seu conhecimento da prática tradicional da parteira garantia que mães e filhos recebessem atenção e proteção em momentos tão delicados da vida. Reconhecida por sua dedicação, paciência e sensibilidade, Mãe Tida tornou-se uma figura essencial na história da comunidade, não apenas pela função que desempenhava, mas pelo vínculo afetivo que criava com cada família que atendia.
Hoje aposentada, não exerce mais a atividade de parteira, mas seu legado permanece vivo nas memórias de todos que tiveram a sorte de ser assistidos por ela. Mãe Tida é lembrada não apenas como trabalhadora e cuidadora, mas como símbolo de dedicação, amor e resistência cultural. Sua vida é exemplo de como a coragem e a generosidade podem transformar a rotina simples de um povoado em histórias de cuidado e solidariedade que atravessam gerações. Em cada casa de Casa Nova dos Amaros, em cada história contada pelos moradores, seu nome ecoa com respeito e gratidão, reafirmando a importância de mulheres que, como ela, dedicam a vida ao bem-estar coletivo e à preservação das tradições comunitárias.