Raimundo Bispo do Nascimento, conhecido como Vitorino, nasceu aproximadamente no ano de um mil novecentos e dois (1902) no povoado de Gameleira do Dida, vindo a falecer nesse mesmo povoado no dia dezessete de junho. Filho de Inocêncio Bispo do nascimento e Maria Nascimento.
Casou com Maria Francisca de Jesus no ano de um mil novecentos e vinte sete. Um fato curioso desse período, relatados por moradores da comunidade de Gameleira do Dida, conta que o casamento do casal foi realizado separadamente de outras pessoas, pois os mesmos eram descendentes de escravizados. Desta união nasceram sete filhos: Vitalina, Vitoria, José, Joao, Luiz, Joaquim.
De todos os desafios enfrentados na vida o que deixou marcas profundas foi ele não possuir um pedaço de terra pois como filho de escravizado, naquele período não tinha direito, sendo muitas vezes obrigado a sair da terra que já tinha formado uma roça, bastava o chamado dono da terra, requerer o pedaço de chão, Vitorino era obrigado a construir uma nova roça em outro local determinado dono das terras.
De todos os seus sonhos, aquele que almeja conquistar era ser dono de um pedaço de terra que pudesse plantar e viver em paz.
Na comunidade o mesmo desenvolve as seguintes atividades era agricultor, rezador, curandeiro, caçador, praticava o extrativismo vegetal por meio da coleta de mel, raízes e frutos do mato.
Era praticante da religião Católico, devoto de São Jose, aprendeu a arte de rezar com os mais velhos. A sua proeza na arte de rezar e produzir remédios caseiros ficou conhecido pelos moradores de sua comunidade e de outras próximas que vinham até ele em busca de remédio e rezas para a cura de enfermidades.
Na produção de medicamentos usava raízes, folhas, cascas principalmente a batata de pulga para a produção de garrafadas, sendo uma de suas virtudes a produção de remédios para curar da chamada doença venerais.
Aprendeu a arte de rezar e produzir remédios caseiros com os mais velhos, desenvolvendo alto conhecimento relacionado remédios caseiros e das doenças.
Na comunidade possuía amizades com todos os moradores, o que facilitou o processo de ensinar a arte de rezar e produzir remédios caseiros a alguns moradores.
Com seu jeito simples, seu Vitorino carregou na sua essência a fé inabalável no uso das ervas medicinais, para a cura de enfermidades em um tempo que a medicina tradicional, era um único recurso utilizado. Mesmo diante das dificuldades, jamais deixou de exercitar a sua fé e vontade de ajudar o próximo. Deixou um grande legado na arte de rezar e produzir medicamentos caseiros, a ser seguida pelas gerações do presente e do futuro.