José Ferreira Jatobá, conhecido carinhosamente como Zé Aprígio, nasceu em 4 de março de 1935, na comunidade de Gameleira do Dida, região rural de Campo Formoso, Bahia. Filho de Aprígio Nascimento e Mariana Ferreira, cresceu em meio à paisagem sertaneja, aprendendo desde cedo o valor do trabalho, da honestidade e da palavra empenhada. Como muitos de sua geração, viveu os desafios do campo com coragem e determinação, moldando sua vida no compasso das colheitas e na força das mãos calejadas. Casou-se com Isaura Barros, companheira de todas as horas, com quem construiu uma família sólida e amorosa, criando seis filhos com base em princípios de respeito, união e fé. Homem de grande disposição e espírito empreendedor, Zé Aprígio soube aliar o trabalho rural à visão comercial, tornando-se uma figura importante no desenvolvimento econômico da comunidade. Nos tempos em que a agricultura era a principal fonte de sustento da região, ele se destacou por sua habilidade em negociar e pela confiança que inspirava nas pessoas. Comprava produtos como feijão, mamona e milho diretamente dos pequenos agricultores e revendia em Juazeiro, movimentando a economia local e garantindo o escoamento da produção do campo. Era também comprador de sisal, fibra tão valiosa para a região, que revendia em Tiquara, fortalecendo os laços entre comunidades vizinhas e contribuindo para o sustento de inúmeras famílias sertanejas.
Mais do que um comerciante, Zé Aprígio foi um verdadeiro elo entre o campo e a cidade, entre o produtor e o mercado, desempenhando um papel essencial na vida econômica de Gameleira do Dida e arredores. Sua honestidade era sua marca registrada quem negociava com ele sabia que sua palavra valia mais do que qualquer contrato. Trabalhador incansável, partia cedo para as feiras, enfrentava estradas difíceis e longas distâncias, sempre com o mesmo propósito: garantir o sustento da família e contribuir para o bem-estar da comunidade. Sua casa era ponto de encontro e conversa, um espaço de acolhida e partilha. Apesar das dificuldades da vida rural, Zé Aprígio mantinha sempre um espírito alegre, gostava de boas histórias e era lembrado por sua generosidade e disposição em ajudar quem precisava.
Faleceu em 3 de setembro de 1995, deixando saudade e respeito entre todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Sua memória, porém, não se apagou com o tempo. Em 2002, a comunidade de Gameleira do Dida homenageou sua trajetória ao inaugurar uma instituição que leva seu nome como patrono, o Colégio Municipal José Ferreira Jatobá, gesto que simboliza o reconhecimento por tudo o que representou. José Ferreira Jatobá é lembrado como homem de visão e coragem, símbolo do trabalhador sertanejo que, com simplicidade e esforço, ajudou a construir a história de sua terra. Seu legado permanece vivo não apenas nos descendentes, mas também em cada lavoura, em cada feira e em cada lembrança que testemunha a grandeza de sua vida. Zé Aprígio foi, e continua sendo, exemplo de dignidade, determinação e amor pela sua comunidade — um verdadeiro pilar na memória de Gameleira do Dida.